Neste mês de junho, duas escolas dos municípios de Manaus e Uarini, no Amazonas, ganham unidades do projeto Casinha de Livros, responsável por levar alegria aos estudantes por meio da literatura. Com realização da CEC Brasil e patrocínio da Nutrien – via Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução – o projeto implementa nas duas escolas um novo espaço reformado e decorado com estantes, mesas, cadeiras, puffs, teatro para fantoches e o principal: um acervo de 600 livros.
As instituições contempladas são a Escola Indígena Municipal Kanata T-Ykua, na comunidade ribeirinha de Três Unidos, em Manaus; e a Comunidade Punã, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá, no município de Uarini, próximo à capital do estado do Amazonas. Ambas atendem, respectivamente, 75 e 187 estudantes, matriculados do Ensino Infantil até o Fundamental II, além do Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Entre os livros do acervo, encontram-se contos de fada, fábulas, contos populares brasileiros, indígenas e africanos – todos infanto-juvenis. Além dos campeões de leitura, há obras que levantam discussões necessárias à sociedade como o respeito às diferenças, empoderamento feminino e meio ambiente, com exemplares em braile.
A ambientação é um atrativo à parte: ao representar animais em extinção, como a ariranha, ararinha-azul, lobo-guará, mico-leão-dourado, onça-pintada e o pica-pau-amarelo, o espaço provoca reflexão e sensibiliza sobre a preservação da imensa biodiversidade brasileira, que se encontra ameaçada.
A inauguração do espaço na Escola Indígena Municipal Kanata T-Ykua aconteceu nesta terça-feira, 20 de junho, às 14h, quando as crianças conhecerão a casinha literária pela primeira vez. Já na Comunidade Punã, o espaço será exibido às 10h, do dia 22.
“Este projeto é muito importante para melhorar a qualidade de ensino das nossas crianças, professores e, até mesmo, da nossa comunidade, que também faz parte desta educação que é intercultural, na qual cada um aprende, valoriza e respeita o outro. Para uma escola indígena, é importante receber essa coleção de 600 livros porque irá aumentar a descoberta de conhecimentos por meio da leitura. Nossos professores e nossas crianças estão muito ansiosos por esta entrega dos livros. Sabemos que virão muitas novidades, muitos livros que precisam ser conhecidos”, disseram Raimundo Cruz Kambeba, diretor da Escola Indígena Municipal Kanata T-Ykua.
“Queremos diminuir a distância entre os livros e leitores com este projeto. Sabemos que o acesso ao livro ainda é um desafio para muitos brasileiros. Dessa forma, a Casinha oferece um acervo rico com títulos de grandes editoras brasileiras para escolas e instituições, sendo um equipamento cultural lúdico para que crianças e jovens possam conhecer novos olhares sobre o nosso mundo e literatura”, declarou Kaline Vânia, diretora administrativa da CEC Brasil.
Para a gerente de sustentabilidade da Nutrien, Rita Moreno, colocar em prática programas como esse, significa desenvolver respeito e relacionamentos positivos entre os funcionários e a comunidade. “Apoiar o desenvolvimento local das comunidades buscando atender às necessidades de melhoria na educação, dando acesso ao livro e à leitura, à internet e às ciências, além de melhorar as instalações promovendo o brincar e a segurança alimentar, é o foco da empresa”, enfatiza.
CASINHA DE LIVROS – O projeto Casinha de Livros está na sua quarta edição, e seu objetivo principal é promover e ampliar a importância da leitura dentro do universo simbólico de comunidades e grupos sociais. O ponto de partida é tornar o livro um centro de referência e formação de leitores com consciência de leitura para o futuro, disponibilizando e possibilitando acesso à publicações que sejam objeto de desejo e de difícil acesso.
A iniciativa vai ao encontro da Lei nº 12.244 de 24 de maio de 2010, que estabelece a obrigatoriedade de haver uma biblioteca em instituições de ensino de todo o país. O projeto também auxilia no processo educacional, na redução do analfabetismo e na formação de um público consumidor de cultura.