O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) recebeu nesta terça-feira, 20, representantes do Banco Mundial, pesquisadores e representantes da indústria e do governo do Amazonas para tratar da agenda para o crescimento verde na economia. O tema do painel foi a Experiência Internacional sobre Parques Eco-Industriais em diversos países, com destaque para o caso de sucesso desenvolvido na Coreia do Sul.
O economista-Sênior do Banco Mundial, Etienne Kechichian apresentou exemplos de parques eco-industriais como em Bangladesh, na Índia e no Vietnam, dando sua opinião que Manaus tem a oportunidade de mostrar para o mundo como ser exemplo de investimento “verde” a partir de ações como a melhoria de investimento em bioeconomia através de métricas sociais e ambientais.
O professor Hung-Suck Park, da Ulsam College, compartilhou a experiência e aprendizados da Coreia do Sul com Parques Eco-Industriais, onde indústrias trabalham numa dinâmica de simbiose, explicou o professor, ao citar iniciativas como a substituição de importação a partir do pó de zinco de alta pureza e reciclagem de água nos processos produtivos.
O evento foi realizado no Auditório Celso Piacentini, com participantes presenciais e por videoconferência. A mediação do debate foi liderada pelo professor da UFAM, Augusto Cesar Barreto Rocha. Também participaram da mesa o auditor fiscal da Receita Estadual, Nivaldo Mendonça e o presidente-executivo do CIEAM, Lúcio Flávio Morais de Oliveira. Representando a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Gustavo Igrejas e o Centro de Bionegócios da Amazônia foi representado por Fábio Calderaro, além do chefe do Escritório de Representação do Estado em São Paulo, Alfredo Lins.
No último mês de maio o Banco Mundial divulgou dois estudos intitulados “Equilíbrio Delicado para a Amazônia Legal Brasileira – Um Memorando Econômico”, que repercutiu nacionalmente. O CIEAM reforçou em Nota à Imprensa que ampliaria a interlocução com esta instituição, o que realizou em seguida neste evento.
A comitiva do Banco Mundial está de passagem por Manaus para a construção de um novo documento sobre a Amazônia, e, na oportunidade, atenderam ao convite para participar deste evento no CIEAM. “De fato a construção do futuro da Amazônia passa por um entendimento muito difícil de ser feito porque a prosperidade da Amazônia está associada à floresta em pé, nós temos o desafio de usar essas instituições para construir um futuro mais próspero, precisamos acolher todas as instituições locais e mundiais e tratar dos temas que interessem”, ponderou o organizador do evento, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Augusto César Barreto Rocha.
Relatório sobre o PIM
A consultora do Banco Mundial, Claudia Tufani, falou sobre o valor da floresta em pé, que equivale a cerca de R$ 1,5 trilhões de reais. “No capítulo 4, a gente fala como conservar essa floresta em pé a partir de uma visão macroeconômica, a atividade urbana tem um impacto positivo nessa manutenção e nas nossas abordagens a gente viu que o aumento da produtividade urbana demandava menos o uso dos recursos da floresta”, destacou ao falar do Polo Industrial de Manaus.
De acordo com a consultora, o documento que será gerado passa por quatro eixos, sendo estes, o impacto da logística, processos produtivos verdes que trariam mais competitividade, um ambiente de negócios mais propício para a atividade industrial e Parques Eco-industriais, “onde a gente começou a se debruçar mais nesse tema e fez o nosso estudo na Coreia do Sul”, adiantou. Sobre a passagem por Manaus, Claudia reforça que a agenda do Banco Mundial na Amazônia é a de promover a competitividade, “nós temos nos debruçado sobre este trabalho já há algum tempo, e a gente veio aqui na região para aprender com as pessoas daqui”.
Sobre o CIEAM
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM). Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz. Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus, que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2021, movimentou cerca de R$ 158 bilhões.