Pais entendem que a Inteligência Artificial irá ajudar na formação dos filhos para as profissões do futuro. Especialistas aconselham para cuidados com a conectividade e segurança
Com enfoque nas profissões do futuro, crianças e adolescentes vêm aprendendo sobre o desenvolvimento e uso responsável da Inteligência Artificial (I.A.) nas salas de aula, tendo uma abordagem que vai muito além de interagir em redes sociais ou Aplicativos (APP). Esse é o foco da programação pedagógica da Escola de Educação Tecnológica Manaós Tech for Kids.
Nas aulas sobre I.A., o ensino acontece por meio de conteúdos pedagógicos que abordam um formato lúdico, ensinando, desde cedo, crianças e adolescentes sobre a importância do uso dessa tecnologia para a formação profissional deles.
“O ensino da Inteligência Artificial para os nossos alunos, sejam crianças ou adolescentes que estão aprendendo a programar, vai muito além de saber como desenvolver essa técnica para o futuro. A formação nessa área tem um impacto significativo na maneira como nossos alunos irão resolver problemas, além de estimular o pensamento crítico, a visão de mundo e a habilidade de criar soluções inovadoras”, esclarece o CEO da escola, Glauco Aguiar.
Com a popularização do ChatGPT (chatbot com Inteligência Artificial criado pela empresa norte-americana OpenAI), a utilização da Inteligência Artificial (I.A) vem causando, cada vez mais, impactos na vida das pessoas.
Inteligência Artificial e Educação
Ao redor do mundo, a I.A. vem sendo aplicada em diversas áreas que vão desde sistemas para enfrentar as crises climáticas, no desenvolvimento de tratamentos para doenças como o câncer, até a exploração do espaço sideral, entre outras.
“Na Manaós Tech, iniciamos os estudos introduzindo os conceitos básicos de Inteligência Artificial. Aqui, os alunos aprendem o que é, como ela funciona, além de suas diversas aplicações no mundo real, desde os assistentes virtuais até carros autônomos. Nosso objetivo é fazer com que os alunos possam compreender que a Inteligência Artificial é uma ferramenta poderosa e que, se utilizada de maneira ética e responsável, terá um impacto significativo na sociedade”, revela Aguiar.
Em 2021, a escritora, matemática e pesquisadora Ingrid Seabra lançou o livro “A Inteligência Artificial e o Futuro da Educação”. Na obra, a autora aborda que “uma maneira pela qual a I.A. pode ajudar a melhorar a educação é tornando as aulas mais envolventes para os alunos. Com a ajuda de ferramentas de I.A., como chatbots ou assistentes virtuais, os professores poderão criar aulas mais interativas e participativas”, aponta a autora.
Pensamento algorítmico
Durante o aprendizado da I.A. na escola Manaós Tech, os alunos aprendem na prática sobre programação e, também, sobre robótica, tendo a chance de construir seus próprios sistemas. Eles também utilizam linguagens de programação apropriadas para cada faixa etária, tais como: Scratch (para os mais jovens) e Python (para os alunos mais velhos) para programar robôs e desenvolver jogos inteligentes. Isso permite que eles vejam como a I.A. pode ser aplicada de maneira prática e divertida.
“Também enfatizamos o desenvolvimento do pensamento algorítmico que é a habilidade de definir processos claros e lógicos para resolver problemas. Isso é fundamental não apenas para a programação, mas, também, para uma ampla gama de disciplinas e profissões. O entendimento desta maneira de pensar abre portas para a criatividade e a inovação”, destaca o CEO da Manaós Tech.
Ética
Na escola Manós Tech, a ética é chave fundamental no processo de aprendizagem da Inteligência Artificial, uma vez que, recentemente, casos polêmicos ganharam destaque na imprensa sobre a utilização da I.A., principalmente, envolvendo imagens de pessoas famosas que já morreram.
“Aqui na escola, conscientizamos nossos alunos sobre as implicações éticas da Inteligência Artificial. Discutimos questões como: privacidade, viés e equidade para que eles possam entender os desafios que a I.A. apresenta para a sociedade. Queremos formar não apenas codificadores habilidosos, mas cidadãos conscientes e éticos que usem a tecnologia para o bem”, sinaliza Glauco Aguiar.
Para entender melhor como funciona a dinâmica da I.A., Glauco esclarece que é importante ressaltar que “a máquina não possui consciência. Na verdade, os códigos, os algoritmos criados é quem são responsáveis por simular essa ‘consciência’, fato que termina por causar confusão na cabeça das pessoas”.
Pais incentivam o aprendizado em I.A.
Com os avanços alcançados pela I.A. em vários campos do conhecimento, pais de alunos e alguns especialistas no assunto estão atentos sobre a importância do aprendizado dessa ferramenta tecnológica.
Para Denis Rocha, auditor de Finanças e pai do aluno Lucas Rocha, 10 anos; é muito importante que as crianças aprendam sobre a Inteligência Artificial desde cedo.
“Acho muito importante que as crianças aprendam sobre a Inteligência Artificial, pois trata-se de uma ferramenta que está aparecendo cada vez mais em nossas vidas. Essa tecnologia pode ajudar as crianças a desenvolver habilidades importantes, como o pensamento crítico e a resolução de problemas. Aprender sobre a Inteligência Artificial irá preparar as crianças para os empregos do futuro”, opina Rocha.
Porém, Denis reforça que as crianças também precisam entender os riscos do mau uso da ferramenta e saber como se deve utilizá-la. Ele salienta ainda que as artes e a leitura devem ter a mesma importância no aprendizado dos pequenos.
“Enfatizo a importância de as crianças praticarem artes e leituras, pois isso será também um diferencial no uso das ferramentas tecnológicas, tanto na criatividade, quanto na interpretação e no raciocínio lógico. Acredito que todo ambiente novo que envolve aprendizagem de forma lúdica e cooperativa, influencia a criança a ser mais extrovertida e criativa”, finaliza o pai do aluno.
Especialista reforça cuidado com a conectividade
Além da questão ética, a crescente utilização da I.A. levanta também discussões voltadas para a segurança, relacionadas ao uso de dados e informações sensíveis, tanto de crianças quanto de adultos.
Para Edleno Moura, professor titular do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (Icomp/Ufam), o uso da I.A. não é o problema principal, mas sim, a facilidade da conectividade e do acesso às redes sociais.
“Os crimes cibernéticos são um perigo não só para as crianças, mas também para os adultos. Vejo a Inteligência Artificial como algo à margem nesse processo, pois o perigo maior é a conectividade muito alta, dando mais acesso para criminosos. Daí, qualquer pessoa, seja ela especialista da Computação ou não, pode cair num golpe”, aponta o professor ao alertar que casos de crimes só acontecem porque a conectividade das redes sociais e a facilidade que se tem de entrar em contato com qualquer pessoa hoje em dia, é o ponto crucial.
Na visão de Edleno, a conectividade representa uma grande vulnerabilidade para crianças, adultos e idosos, isso porque a qualquer momento, um golpista pode entrar em contato com muita facilidade.
Para o CEO da Manaós Tech, Glauco Aguiar, a questão está em preparar os alunos, por meio do conhecimento, para que aprendam como lidar com todos os tipos de situações, mas, principalmente, em usar a I.A. para o bem comum.
“O ensino de Inteligência Artificial em nossa escola não se trata apenas de programar computadores, mas de equipar nossos alunos com as habilidades e conhecimento necessários para navegar e contribuir positivamente para esse mundo, cada vez mais digital, em que vivemos”, conclui.
*Texto: Sidia Ambrosio/Assessoria de Imprensa
Créditos/Fotos: Divulgação/Manaós Tech