Celebrado em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher marca a luta dessa população para se equiparar, em direitos e condições, ao que, historicamente, foi mais ofertado aos homens. Um dos cenários que ainda reflete a desigualdade de gênero é a presença de mulheres em cargos estratégicos do mercado de trabalho brasileiro. Uma pesquisa realizada pela GrantThorton, empresa global de auditoria, revelou que 38% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres. Apesar do percentual considerado baixo, o número é maior que em 2019, quando elas eram 25% nas funções de chefia.
Na contramão do padrão brasileiro, em Manaus, uma das maiores empresas do setor farmacêutico nortista possui maioria feminina em seus quadros, incluindo cargos de liderança. Dados do RH do Grupo Tapajós revelam que mais da metade de seus colaboradores são mulheres (57,44%). E quando se olha para as posições de chefia, elas vão ainda mais longe: são 68,87% das lideranças.
Gisselli Warpuchank, gerente de compras no Grupo Tapajós, é uma delas. A profissional ressalta a importância de as mulheres buscarem qualificação para ocuparem cada vez mais espaços estratégicos. “Estar nessa posição é, ao mesmo tempo, um orgulho e um desafio. O grande diferencial é ter experiência e conhecimento na posição que exerce. Diante disto, o seu profissionalismo derruba qualquer barreira”, afirma Gisselli.
Elaine de Sousa Araújo, coordenadora de desenvolvimento organizacional do Grupo, explica que a presença de mulheres nas funções de liderança da empresa pode ser observada, também, no varejo farmacêutico da companhia. “Neste setor, que é essencial para o grupo e engloba as farmácias visitadas pelos clientes, temos a maioria de mulheres na função de gerência farmacêutica, garantindo um atendimento humanizado e a melhor condução do time que está na linha de frente de todo o serviço prestado à população”, afirma.
Dado o cenário positivo, considerando que a maioria das posições de liderança são ocupadas por mulheres, Elaine diz que o próprio ambiente se torna a principal política de incentivo para o desenvolvimento de talentos femininos.
“Esse ambiente de trabalho na empresa acaba sendo o principal fator de motivação, afinal, promover essas mulheres a cargos estratégicos na instituição passa por decisões, por uma política de reconhecimento do currículo e do potencial de cada uma delas”, avalia a coordenadora.
Luta por igualdade
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a empresa celebra essas conquistas reconhecendo o trabalho que ainda precisa ser feito. A luta pela igualdade de gênero continua, e cada passo dado nessa direção é uma vitória.
Jéssica Caroliny da Silva Lima, auxiliar de estoque, é uma das mulheres que trabalha no Centro de Distribuição (CD) da companhia, um espaço que, no passado, já teve 100% de força masculina. Tudo mudou há dois anos, quando a empresa abriu uma seleção exclusiva para contratação de mulheres para esta área.
“Eu comecei na separação, que é um local onde se exige mais força física, e no primeiro momento foi um grande desafio, mas foi esse aprendizado que me abriu oportunidades. Fui promovida e hoje trabalho na logística reversa. Apesar das dificuldades do dia a dia, posso afirmar que somos muito mais fortes do que podem imaginar”, afirma ela.
Hermes Ribeiro de Freitas, coordenador do setor, diz que a presença das mulheres influencia até mesmo na produtividade geral. “Elas frequentemente se destacam pela atenção minuciosa aos detalhes, pela habilidade de promover relações interpessoais sólidas e pela resiliência diante de desafios, transformando isso tudo em produtividade”, comenta.
Estudos já apontam que a atenção à equidade de gênero poderia não só beneficiar as mulheres, como também impactar positivamente a produção das empresas. Um relatório do instituto McKinsey, uma consultoria global, revelou que até US$ 12 trilhões podem ser adicionados ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial, até 2025, com o avanço da igualdade entre homens e mulheres. O PIB mundial é a soma de tudo o que é produzido entre os países.
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