Era o ano de 1998 e o Alemão, o pai, havia alugado um espaço na Estrada da Ponta negra. A casa contava com um terreno longo, um porão e uma casa nos fundos. Para o espaço superior transferiu o restaurante que funcionava da Av Pedro Teixeira. No piso inferior havia um porão sem porta que servia de passagem para o proprietário que morava na casa dos fundos. Para fazer frente aos custos foi decidido que no porão seria instalado um bar, do tipo Kneipe alemão, onde se serviria bebidas e comidas típicas. 60 dias após o funcionamento do restaurante que sempre funcionou somente para almoço, foi inaugurado o bar para funcionar somente à noite.
Por sugestão do marqueteiro amigo, Jefferson Rabelo, foi escolhido um nome Porão do Alemão que definiria o local e o biotipio do proprietário.
Tudo começou com 8 mesas de mármore, uma minúscula cozinha, dois banheiros (Fritz e Frida) e chope da Brahma. A inauguração foi feita com a presença do cônsul da Alemanha e da Áustria. Com o tempo descobriu-se que havia poucos adeptos da música e comida alemãs. O espaço ainda não tinha porta e, num arremedo de segurança, o William passava as noites no Porão. Como ele não dormia, os amigos, proprietários de bares começaram a visita-lo no fim de noite, quando as suas casas já estavam fechadas. Eles também levavam CDs de Rock que eram tocadas no som sofrível do bar. Com os tempos, esta rotina transformou o Porão, por vários anos, o melhor fim de noite de Manaus, pela revista Veja. A coisa foi crescendo, ganhando corpo que em menos de 60 dias após a inauguração o bar começou a lotar todas as noites. As mesas de sinuca foram substituídas por espaço para pessoas. Música alemã já não se ouvia mais e o ambiente ganhou uma efervescência digna de um Pub londrino.
No início, William adquiriu de um amigo do seu pai, Carlos Probst, uma mesa de 8 canais para pagar quando pudesse. Ele pode e pagou em pouco mais de 30 dias. Quem hoje vê a mesa americana no mezanino não consegue imaginar que a aquisição da primeira mesa pudesse trazer tanta alegria.
O público exigia cada vez mais e um tablado de madeira foi aumentado no Porão, logo trocado por alvenaria. A casa dos fundos estava desocupada e o porão foi se estendendo para lá. Hoje é a área de fumantes. O comando para quem estava de fora parecia concentrar-se em William, Isaias e Edi e ninguém notava a pessoa que fazia a roda do Porão girar desde o ano 2.000 realizando as compras, tarefas legais e administrativas, uma vez que os administradores dormiam de dia. Até aí, Juliana não aparecia porque era mãe e podia dizer-se que administrava o Porão com um filho no colo. Apesar do que se dizia por ali, o Porão sempre foi administrado como família. O Porão muitas vezes “fechava” às 7 horas da manhã.
Nenhum casal que comemora as bodas de prata fala de coisas tristes. Também não vamos falar de períodos turbulentos que existiram e muito. Ninguém leva uma casa aos 25 anos apenas com cenas harmoniosas. Casais que se conheceram no Porão, casaram e tiveram filhos que hoje o frequentam porque o Porão continua atual. Sempre reinvestindo, oferecendo um ambiente seguro para seus frequentadores.
Graças ao time e a você que sempre acreditou no Porão, estamos festejando nossas bodas de prata. É hora de dizer.
OBRIGADO MANAUS!!!!!