RESERVAS AMBIENTAIS

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(Luiz Lauschner)

Em uma palestra proferida pelo senhor Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa em Campinas, São Paulo, trouxe temas para esclarecimento de muitos brasileiros quanto à produção de alimentos. Um dado muito auspicioso diz que o Nordeste, notadamente o oeste baiano e sul dos estados do Maranhão e do Piauí ultrapassam o sudeste em dois pontos percentuais. Isto na agricultura, não no agro negócio como um todo.
Estarrecedor é um fato que se refere à reservas ambientais. O agricultor brasileiro utiliza metade de sua área para produção. O Brasil preserva áreas que poderiam ser produtivas, ao contrário de muitos países que “preservam” desertos que não seriam agricultáveis. A área total de reserva do Brasil é superior a toda comunidade europeia. Uma questão colocada pelo pesquisador é realmente impressionante. As terras de sua propriedade, que o agricultor precisa preservar, isto é, os 80% no norte e os 20% nas demais regiões do Brasil, se fossem vendidas a preço de mercado somariam mais de três trilhões de reais. O “imposto” que o agricultor paga pelo meio ambiente é superior ao que paga por seus produtos. Se outros nichos da economia pagassem tanto quanto o agricultor, o mundo seria muito melhor.
Além disso, entre os grandes países, o Brasil tem reserva documentada três vezes maior que o restante deles. Estudos americanos demonstram que o agro nos próximos anos aumentará em 40 bilhões de dólares. A Associação dos Produtores de Milho dos Estados Unidos pede que o governo não subsidie os plantadores americanos, mas que apoiem as Ongs para impedir a expansão agrícola no Brasil, único país que ameaça os EUA nesse mercado. Muitas pessoas esclarecidas, ao defender o meio ambiente no Brasil não estão se dando conta que apenas defendem interesses americanos. Teoria da conspiração? Não! Quem quiser consultar a revista Farms Here, Forests There, verá que não é teoria.
Muitos não prestam atenção a isso e, inocentemente, acreditam que todas as milhares de Ongs estão recheadas apenas de boas intenções. Aliás, dividindo o número de organizações não governamentais que atuam na Amazônia pelo número de índios chegaremos a conclusão que existe uma delas para cada 50 índios. Assim, índios que, segundo os ambientalistas, deveriam ficar sozinhos na sua terra, são “assistidas” por ongs interesseiras.
Resumindo: o Brasil é tão rico que abre mão de do território, devidamente loteado, em 20 por cento de sua área útil em algumas regiões e de 80% na região amazônica. Isso sem contar, 14% de seu território destinado aos índios que pouco a utilizam para agricultura. A maioria vive dos peixes que os rios fornecem. As terras preservadas são ricas, tanto que sofrem invasão de garimpeiros, madeireiros e outros em busca destas riquezas. Isso sem contar os farmacêuticos, geólogos e botânicos disfarçados em missionários, que fazem seus relatórios e mapas para patrões que de religiosos não têm nada.
Por que os países ricos não preservam tanto quanto o Brasil? Uma explicação é a de que enriqueceram antes dessa conscientização ambiental. Essa mesma conscientização que estimula a morte de animais adultos para serem abatidos e servirem de comida, que não consegue fazer o homem viver por tempo indeterminado, mas impede que uma árvore adulta seja aproveitada. Essa conscientização que impede a interferência com áreas indígenas, mas acusa os governos pelas mortes que lá ocorrem. Muitas terras não utilizadas e liberadas para agricultura poderiam produzir, porém para construir uma estrada para acessá-las não se consegue permissão. O Brasil deveria ser pago pelo bem que faz ao planeta, não ser discriminado pelo que os ricos dizem que ele deixa de fazer.